domingo, 24 de julho de 2016

Cursos de água em Guimarães: rios na cidade. O rio Ave


Cursos de água em Guimarães
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Rios na Cidade 


“A vila de Guimarães nasceu envolvida em duas linhas de água que se abraçam, depois de a contornarem. Do lado sul, escorrendo da Serra de Santa Catarina, corre o Rio da Vila que nasce na fonte dos Passais, junto à velha igreja de S. Romão de Mesão Frio. Após percorrer o Campo da Feira, passa pela rua de Couros, de onde toma o nome pelo qual ficou conhecido. Atravessa a Caldeiroa, segue em direcção a Trasgáia e desagua abaixo de S. Lázaro, ao fundo da velha rua D. João I. 

Do lado norte do velho burgo, corre um outro regato, o ribeiro dos Castanheiros, antigamente conhecido pelo Rio Herdeiro, que nasce em Azurém, na fonte do Bom Nome, com um caudal que se alargava à medida que ia recebendo as águas de outros arroios e regos que se lhe juntavam. Percorre o lugar do Proposto e o dos Pombais juntando-se ao rio de Couros na zona abaixo de S. Lázaro. A partir da junção destes dois cursos de água, forma-se o rio Celinho, que atravessa a Veiga de Creixomil e se vai juntar ao rio Selho, no lugar do Reboto". 

Rios no concelho 

  • O território de Guimarães é atravessado pelo Rio Ave que entra nas suas terras em Arosa. Atravessa as freguesias de Gondomar, Santa Maria e São Salvador de Souto, Santa Eufémia de Prazins, Donim, Santo Estêvão de Briteiros; Barco, Caldelas, Brito, São João de Ponte, Silvares, Ronfe, Gondar, Serzedelo.
  • O Rio de Selho nasce em São Torcato e vai passando de diversas pontes, a da Madre Deus, a de Caneiros, a do Miradouro, a do Soeiro, e se vai esconder no rio Ave, por baixo da ponte de Serves, conservando sempre o mesmo nome.
  • O Rio Vizela corre as margens das freguesias de Gémeos, Moreira de Cónegos e Lordelo.
  • O Rio Febras, um regato que nasce numa fonte da Falperra e desagua no Ave, em S. Cláudio do Barco.
  • O Rio Pequeno, nasce em Vila Cova e corre pelas margens das freguesias de Arosa e Castelões.
  • O Rio Truta, brota de uma fonte, ou charco, em Leitões. Em Joane passa a dominar-se rio Pele, diluindo-se no Ave junto à ponte de Legoncinha.
  • Em Infantas nasce o Rio da Cabra, que leva pouca água, indo morrer em Serzedo.
  • Em Calvos, corre o rio Pombeiro.
Arquivo Municipal Alfredo Magalhães
http://www.amap.pt/page/237


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                            A LENDA DO RIO AVE E DA SERRA DA CABREIRA



Há muitos anos, há mesmo muitos, muitos anos, dezenas ou centenas de anos, chegou a Serra de Agra uma jovem, com um rebanho de cabras, vinda da Galiza.

Sem ligar a fronteiras que, naquele tempo, não tinham a importância que hoje lhes damos, por ali andava a cabreira guardando o seu rebanho e admirando a paisagem que a seduzia e encantava.
Por encostas e vales a jovem cabreira, bonita e formosa, ia contemplando a beleza local: os mantos verdes da vegetação, o azul transparente do céu, o amarelo cintilante do sol...
Nesta Serra do norte de Portugal, com 1200 metros de altitude, na passagem da província do Minho para a de Trás-os-Montes, reinava a paz.
Os sons emitidos pelo rebanho, o chilrear das aves e o relinchar dos pequenos cavalos, os garranos, que habitavam a serra, eram uma melodia que sublinhava as lindezas da natureza.
Mas um dia instalou-se a confusão. Cães que ladravam, cavalos que galopavam, homens que bradavam, trombetas que tocavam, setas e mais setas que assobiando cortavam o ar.
Andavam caçadores pelas redondezas e a linda cabreira foi vista por um cavaleiro, também ele jovem, bonito e encantador.
Deslumbrado com a sua formosura, o cavaleiro parou, admirou-a e, com um grande sorriso, disse-lhe:
- Olá linda cabreira! Estou seduzido pela tua beleza. Os teus cabelos são como raios de sol, o teu olhar tem o brilho das estrelas e a tua doçura o reflexo do luar.
Ela sentiu o mesmo encanto pelo cavaleiro e, envergonhada, respondeu-lhe:
- São os vossos olhos que me vêem assim, Senhor! Não mereço tanta admiração e o que me dizeis faz-me corar.
Vencido pela atracão que por ela sentia, o cavaleiro desceu da montada e deixou a caçada.
- Ouve, por ti, e só por ti, deixo os meus amigos e fico nesta serra só para te adorar!
E foi assim que começou, entre eles, uma linda história de amor.
O cavaleiro e a cabreira esqueceram-se dos dias. Ali, sozinhos e felizes, sonharam, brincaram e fizeram juras, como se só eles existissem no Mundo.
Mas, um dia, o cavaleiro sabendo que tinha trabalhos importantes a fazer e assuntos urgentes a tratar viu-se obrigado a partir.
- Ouve, minha princesa, eu vou ausentar-me, mas voltarei o mais depressa possível. Já não posso nem quero viver sem ti.
Suspirando de tristeza, a cabreira apenas confessou:
- Nem sei sequer quem és, nem tão pouco como te chamas.
O cavaleiro sorriu e abraçou-a, procurando dar-lhe confiança.
- Pouco importa, sou o homem de quem tu gostas e que também gosta muito de ti.
Mas digo-te que sou o Conde de uma vila próxima e em breve virei buscar-te para o meu palácio. Espera por mim!
Como numa jura, ela prometeu:
- Esperarei até ao fim da minha vida.
E esperou...
Os dias passaram, uns atrás dos outros, e a cabreira aguardava, impaciente, o seu amado. Recordava os dias felizes vividos com ele e não o vendo chegar ia entristecendo. Então, pensava:
- Preciso de o encontrar, de o ver, abraçá-lo, brincar e sonhar de novo... nem que para isso tenha de me transformar numa ave para sobrevoar as vilas mais próximas.
O tempo corria e o cavaleiro não voltava. Cada vez mais triste, quase morta de cansaço a cabreira começou a desesperar.
As lágrimas inundaram‑lhe os olhos e chorou.
Chorou tanto, tanto, que as lágrimas foram formando um rio. As suas águas, que eram a dor e a mágoa da linda cabreira, percorreram as terras das redondezas.
Para ajudar este rio, a encontrar o cavaleiro, outros, mais pequenos, vieram ao seu encontro.
Da margem direita chegou o rio Pele que percorreu 20 quilómetros, o Pelhe que andou outros tantos e o Este 52.
Da margem esquerda ocorreu o rio Selho que caminhou 21 quilómetros e o Vizela 47, trazendo consigo os rios Ferro e o Bugio.
Todos juntos, rios e riachos cobriram uma área de 1390 quilómetros quadrados. Correndo de nordeste para noroeste, o rio de lágrimas calcorreou 94 quilómetros.
Com os rios mais pequenos banhou terras de Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Fafe, Guimarães, Vizela, Santo Tirso, Famalicão e Trofa, espraiando-se em Vila do Conde, a terra do cavaleiro que jamais foi encontrado.
O povo comovido e entristecido com a malfadada história da jovem e linda cabreira, não quis que ela fosse esquecida. Assim passou a chamar a serra onde a cabreira e o cavaleiro se conheceram - Serra da Cabreira - e ao rio de lágrimas - Rio Ave - já que ela queria ser ave e voar.
Um dia, se puderes, visita a Serra da Cabreira e faz o percurso do Rio Ave. Quem sabe... talvez ainda descubras as lágrimas da linda Cabreira.

LENDAS DE PORTUGAL ILUSTRADAS, A lenda do Rio Ave e da Serra da Cabreira, ilustrações de Sarah Pirson, Texto de José Marco (existente na BMRB e no dossiê Ler+Mar: Da Penha vê-se o mar”)

Poema escrito a partir do texto-fonte
Lenda do Rio Ave e da Serra da Cabreira

Uma cabreira chegou
Elegante e formosa
Chegou vinda da Galiza
Uma terra maravilhosa

Num dia em que caçadores
Andavam na redondeza
Foi vista por um cavaleiro
Que elogiou sua beleza

O cavaleiro, logo ali
Se apaixonou por ela
E foram vivendo felizes
O cavaleiro e a bela

Mas, certo dia
Por ter coisas para tratar
Parte o cavaleiro
Tinha que ir viajar

A pobre cabreira
Esperou, esperou…esperou
Mas, o cavaleiro
Nunca mais voltou

De tanto chorar
Formou-se um rio
As suas águas eram a dor
As lágrimas que caíam em fio

E eis que algum tempo passado
De o procurar parou
Ficou triste e só a cabreira
Nunca mais o encontrou

O povo comovido
Com esta triste história
Quis que para sempre
Ela ficasse na memória

À serra deram o nome
Da cabreira apaixonada
É uma bela terra
E continua encantada
                       Eya, Gonçalo Duarte e João Pedro, 4º ano, Pegada

Lenda do Rio Ave e da Serra da Cabreira
Era uma vez uma menina pastora que com o seu rebanho chegou à Serra de Agra, concelho de Vieira do Minho.
   Como ficou encantada com a paisagem, resolveu ficar por lá.
   Já depois de a pastora se ter instalado naquela aldeia, apareceu um cavaleiro com os seus soldados.
  Quando o cavaleiro passeava pela aldeia, avistou uma menina, ficando maravilhado com a sua beleza.
   Dirigiu-se a ela e elogiou a sua beldade.
  A pastora, com tais palavras, ficou muito envergonhada, dizendo que não valia o elogio.
  Naquele instante, o cavaleiro decide ficar junto dela, só para a adorar.
  O amor deles era tão forte e puro que um dia, o cavaleiro teve de partir, mas os dois juraram ficar sempre juntos.
  O cavaleiro prometeu à pastora que um dia iria voltar porque não conseguiria viver sem ela.
  Receosa de nunca mais o ver, perguntou-lhe quem era.
  Ele disse-lhe que era o Conde de uma vila próxima e que gostaria que ela fosse viver com ele para o seu palácio.
  Passado algum tempo, como o Conde não regressava, ela desiludida quase morreu de fome e frio.
  Como estava muito triste, resolveu ir procurá-lo e disse que teria de o encontrar, nem que para isso tivesse de se transformar em ave e voar.
  Como não o encontrava, começou a chorar tanto, que as suas lágrimas formaram um rio que foi desaguar à terra do Conde.
  O amor entre o Conde e a pastora era tão grande que, para que ninguém esquecesse o povo daquela aldeia, passou a chamar a terra do Conde «Vila do Conde» a serra onde a pastora andava «Serra da Cabreira» e ao rio da aldeia «rio Ave».
                                     Trabalho realizado pelo 4º C, Santa Luzia


Inês, 4ºB
Inês, Miguel Carvalho 4ºB


Recolha da lenda do rio Ave, 4ºB, Santa Luzia


EB 2,3 Egas Moniz

EB 2,3 Egas Moniz

Trabalho realizado na disciplina de Geografia, 10º CSE1, professora Natália Fonte
             







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